Eu andava por uma rua estranha, as folhas de outono estavam espalhadas pelo chão, e eu caminhava alegremente. Escutei meu nome de longe, não liguei, mas escutei de novo e me virei, uma luz forte, como a luz do sol, me cegou, coloquei a mão sobre os olhos na tentativa de ver quem estava me chamando, e logo vi seus olhos castanhos.
Acordei assustada com o toque irritante do telefone de novo. Mas o que esse povo tem hoje? Olhei no relógio, eram duas e meia da manhã.
- Que? - Perguntei mal educada. Eu não tive tempo nem de pensar no meu sonho.
- Demetria? Demetria Bouvier? - Perguntou a voz de um homem.
- Sim, sou eu. O que deseja?
- Pode se dirigir até a Avenida Principal, seus pais sofreram um acidente de carro, mas venha com calma, eles estão bem.
Nem deixei o homem terminar, coloquei apenas um casaco e começei a correr, desesperada. Cheguei a Avenida em cinco minutos. Encontrei uma multidão, começei a chorar. Havia dois carros, um totalmente arrebentado, outro apenas amassado na lateral. Reconheci o apenas amassado, era dos meus pais. Corri atravessando a multidão, encontrei meus pais, cada um em uma maca, os médicos dizendo que estavam apenas levando-os para fazer exames, que eles estavam bem. Peguei a mão do meu pai e ele estava bem, assim como minha mãe. Mesmo assim, o medo de talvez perdê-los ainda estava comigo, me fazendo chorar. Antes de entrar na ambulância minha mãe disse " Fique com o Joseph ".
Hã? Que Joseph? O Joseph? A ficha ia caindo aos poucos, os amigos de meus pais eram os pais de Joseph. Começei a procurá-lo. Ouvi um grito, e logo depois um choro, era a pior cena que eu já tinha visto.
Joseph desesperado, tentando fazer seus pais acordarem. Um bombeiro o segurava, enquanto o resgate colocava com pressa seus pais na viatura da ambulância. Ele me viu e corri em sua direção, ainda chorando. E por mais sureal que isso pareça, ele me abraçou.
- Meus pais Demetria, são tudo que eu tenho. - Ele soluçava ao meu ouvido.
- Eu sei Joseph, vai ficar tudo bem.
Um homem tocou em seu ombro e disse para ele entrar na viatura para acompanhar os pais.
- Vou com você! - Eu disse.
- Não precisa, tudo bem.
- Shii Joseph, eu vou, meus pais estão lá também.
Entramos no carro e seguimos ao hospital em silêncio. Um silêncio perturbador.
Chegamos finalmente ao hospital, recebi a noticia de que meus pais receberiam alta logo amanhã de manhã, mas não havia noticias dos pais de Joseph. Eu via lágrimas silênciosas encorrendo pelo seu lindo rosto. Estávamos naqueles sofás de espera, onde parentes preocupados ficavam dias dormindo ali. A minha decisão de não me preocupar mais com Joseph estava fora de cogitação, eu não iria suportar vê-lo assim e simplesmente dizer que não me importo. Ele estava muito tenso ao meu lado, não parava de mexer as mãos e as pernas, às vezes ele levantava e tentava falar com algum médico, sabíamos apenas que eles estavam numa cirurgia, era de risco.Joseph estava cansado, via-se isso bem claro em seus olhos que custavam ficar abertos. Não dissemos uma palavra desde que chegamos ao hospital, eu entendia sua situação, mas aquilo estava me angustiando.
- Vou comprar alguma coisa pra comer, você quer? - Perguntei a ele.
- Não, obrigada.
- Você precisa comer, eu vou trazer, já volto.
Quando estava saindo, ouvi ele bufar. Revirei os olhos. Como ele é teimoso!
Comprei uns bolinhos, sucos, qualquer coisa que fizesse minha barriga parar de roncar. Vi Joseph deitado no sofá, dormindo, um sono profundo, fiquei com medo de acordar ele e sentei na cadeira ao lado.
Uma hora, duas horas, aquilo estava demorando demais, e ele ainda dormia. Foi quando vi dois médicos vindo em nossa direção, cutuquei Joseph, que acordou assustado, mas logo se localizou e se levantou também em direção aos médicos.
- Você é Joseph Jonas? - O médico mais alto perguntou.
- Sim, o que aconteceu? - Perguntou Joseph.
- Nós sentimos muito Joseph, fizemos o possível.
Joseph desabou. Chorava em meu ombro com desespero, eu não sabia o que fazer. Fiquei pensando, eu nunca seria médica, imagina dar umas noticia dessas aos filhos, aos pais, não, médica jamais.
Eu mexia em seu cabelo enquanto as lágrimas caiam e molhavam minha blusa. Ele estava sozinho. O que seria dele agora? O que ele ia fazer? Quem ia pagar a escola? Quem ia cuidar dele? Ele seria responsável por si mesmo?
Foi quando ele se levantou, os olhos com raiva e saiu correndo do hospital, tentei correr atras dele, mas não consegui alcançá-lo. Liguei para Nick, ele era seu melhor amigo, talvez ajudasse.
- Nick? Te acordei? - Ele tinha atendido com uma voz sonolenta.
- Na verdade sim, mas tudo bem. O que aconteceu Demi?
- O Joseph, os pais dele sofreram um acidente de carro e não resistiram, ele saiu correndo do hospital, não sei o que fazer.
- Falei desesperada.
- Fica calma, vai pra casa, que eu encontro ele e vamos pra sua casa.
Fui pra casa com meus pais, que tinham recebido alta. Contei o que tinha acontecido a eles, e minha mãe ficou desesperada com Joseph. Tão preocupada quanto eu.
- Demetria, liga pro Nick. - Disse minha mãe andando de um lado para o outro na sala.
Estava escuro, frio e chovia. Peguei o celular e olhei pela janela, o dia estava horrível, assim como eu. Acabada, cansada e preocupada.
Fiz o que minha mãe pediu, liguei para Nick.
- Que? - Definitivamente não era a voz do Nick.
- Joseph? Aonde vocês estão? Vem aqui pra casa ok?
- Tá, o Nick já está me arrastando mesmo.
E desligou.
Acordei assustada com o toque irritante do telefone de novo. Mas o que esse povo tem hoje? Olhei no relógio, eram duas e meia da manhã.
- Que? - Perguntei mal educada. Eu não tive tempo nem de pensar no meu sonho.
- Demetria? Demetria Bouvier? - Perguntou a voz de um homem.
- Sim, sou eu. O que deseja?
- Pode se dirigir até a Avenida Principal, seus pais sofreram um acidente de carro, mas venha com calma, eles estão bem.
Nem deixei o homem terminar, coloquei apenas um casaco e começei a correr, desesperada. Cheguei a Avenida em cinco minutos. Encontrei uma multidão, começei a chorar. Havia dois carros, um totalmente arrebentado, outro apenas amassado na lateral. Reconheci o apenas amassado, era dos meus pais. Corri atravessando a multidão, encontrei meus pais, cada um em uma maca, os médicos dizendo que estavam apenas levando-os para fazer exames, que eles estavam bem. Peguei a mão do meu pai e ele estava bem, assim como minha mãe. Mesmo assim, o medo de talvez perdê-los ainda estava comigo, me fazendo chorar. Antes de entrar na ambulância minha mãe disse " Fique com o Joseph ".
Hã? Que Joseph? O Joseph? A ficha ia caindo aos poucos, os amigos de meus pais eram os pais de Joseph. Começei a procurá-lo. Ouvi um grito, e logo depois um choro, era a pior cena que eu já tinha visto.
Joseph desesperado, tentando fazer seus pais acordarem. Um bombeiro o segurava, enquanto o resgate colocava com pressa seus pais na viatura da ambulância. Ele me viu e corri em sua direção, ainda chorando. E por mais sureal que isso pareça, ele me abraçou.
- Meus pais Demetria, são tudo que eu tenho. - Ele soluçava ao meu ouvido.
- Eu sei Joseph, vai ficar tudo bem.
Um homem tocou em seu ombro e disse para ele entrar na viatura para acompanhar os pais.
- Vou com você! - Eu disse.
- Não precisa, tudo bem.
- Shii Joseph, eu vou, meus pais estão lá também.
Entramos no carro e seguimos ao hospital em silêncio. Um silêncio perturbador.
Chegamos finalmente ao hospital, recebi a noticia de que meus pais receberiam alta logo amanhã de manhã, mas não havia noticias dos pais de Joseph. Eu via lágrimas silênciosas encorrendo pelo seu lindo rosto. Estávamos naqueles sofás de espera, onde parentes preocupados ficavam dias dormindo ali. A minha decisão de não me preocupar mais com Joseph estava fora de cogitação, eu não iria suportar vê-lo assim e simplesmente dizer que não me importo. Ele estava muito tenso ao meu lado, não parava de mexer as mãos e as pernas, às vezes ele levantava e tentava falar com algum médico, sabíamos apenas que eles estavam numa cirurgia, era de risco.Joseph estava cansado, via-se isso bem claro em seus olhos que custavam ficar abertos. Não dissemos uma palavra desde que chegamos ao hospital, eu entendia sua situação, mas aquilo estava me angustiando.
- Vou comprar alguma coisa pra comer, você quer? - Perguntei a ele.
- Não, obrigada.
- Você precisa comer, eu vou trazer, já volto.
Quando estava saindo, ouvi ele bufar. Revirei os olhos. Como ele é teimoso!
Comprei uns bolinhos, sucos, qualquer coisa que fizesse minha barriga parar de roncar. Vi Joseph deitado no sofá, dormindo, um sono profundo, fiquei com medo de acordar ele e sentei na cadeira ao lado.
Uma hora, duas horas, aquilo estava demorando demais, e ele ainda dormia. Foi quando vi dois médicos vindo em nossa direção, cutuquei Joseph, que acordou assustado, mas logo se localizou e se levantou também em direção aos médicos.
- Você é Joseph Jonas? - O médico mais alto perguntou.
- Sim, o que aconteceu? - Perguntou Joseph.
- Nós sentimos muito Joseph, fizemos o possível.
Joseph desabou. Chorava em meu ombro com desespero, eu não sabia o que fazer. Fiquei pensando, eu nunca seria médica, imagina dar umas noticia dessas aos filhos, aos pais, não, médica jamais.
Eu mexia em seu cabelo enquanto as lágrimas caiam e molhavam minha blusa. Ele estava sozinho. O que seria dele agora? O que ele ia fazer? Quem ia pagar a escola? Quem ia cuidar dele? Ele seria responsável por si mesmo?
Foi quando ele se levantou, os olhos com raiva e saiu correndo do hospital, tentei correr atras dele, mas não consegui alcançá-lo. Liguei para Nick, ele era seu melhor amigo, talvez ajudasse.
- Nick? Te acordei? - Ele tinha atendido com uma voz sonolenta.
- Na verdade sim, mas tudo bem. O que aconteceu Demi?
- O Joseph, os pais dele sofreram um acidente de carro e não resistiram, ele saiu correndo do hospital, não sei o que fazer.
- Falei desesperada.
- Fica calma, vai pra casa, que eu encontro ele e vamos pra sua casa.
Fui pra casa com meus pais, que tinham recebido alta. Contei o que tinha acontecido a eles, e minha mãe ficou desesperada com Joseph. Tão preocupada quanto eu.
- Demetria, liga pro Nick. - Disse minha mãe andando de um lado para o outro na sala.
Estava escuro, frio e chovia. Peguei o celular e olhei pela janela, o dia estava horrível, assim como eu. Acabada, cansada e preocupada.
Fiz o que minha mãe pediu, liguei para Nick.
- Que? - Definitivamente não era a voz do Nick.
- Joseph? Aonde vocês estão? Vem aqui pra casa ok?
- Tá, o Nick já está me arrastando mesmo.
E desligou.
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